quarta-feira, 31 de outubro de 2012

[filosofando] Reflexões ao atingir um quarto de século de idade

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Rodeado das costumeiras obrigações de fim de ano de faculdade, somadas ainda ao trabalho, o tempo é curto, naturalmente. No entanto, achei importante fazer uso de um momento para escrever sobre certas coisas que circularam pela minha cabeça ontem, quando fiz 25 anos.

A primeira coisa interessante de observar é como a cabeça de uma pessoa muda. Aos 10 anos eu queria ser astronauta e a vida era recheada de cartinhas e problemas amorosos "complexos" que os adultos, achava eu, não compreendiam. Aos 15 eu queria ser tenista da ATP e "astro" do rock - os problemas amorosos continuaram lá. Aos 20 eu estava em crise, trocando de faculdade pela terceira vez e totalmente incerto sobre o meu futuro, mas muito já tinha mudado: eu já sabia que não seria nem astronauta, nem astro do rock, nem tenista profissional. Minha grande meta era muito mais mundana: encontrar uma profissão que fosse a certa para mim. Meu sonho era poder entrar em uma sala que tivesse uma máquina mágica, na qual eu inseriria meu nome e nascimento e ela me daria um top 5 de profissões em que eu seria melhor. Não como essas avaliações de internet ou os testes de aptidão, que são subjetivos (palavra de quem fez)... mas sim uma resposta definitiva, como se eu estivesse encontrado o meu número 42.

Bem. 25 anos. Um quarto de século. O que mudou? Rapaz, muita coisa. O que antes era um completo mistério hoje está muito mais claro. Sei que meus talentos se baseam todos na minha criatividade, em especial os ligados a expressão de ideias por escrito: textos, concepções de projetos diversos, músicas, poemas, roteiros, livros. Sei que algumas categorias soam repetidas aqui mas falando assim eu até acho que sou giga habilidoso. Mas o fato é que eu me contento com as minhas aptidões e me sinto grato por elas, ao mesmo tempo em que busco melhorar no que sei que tenho potencial - e me esforço no que é necessário e não tenho qualquer talento.

A segunda coisa interessante que mudou é bastante assustadora. Quando eu tinha 15 anos (ou mesmo 20), aquela famosa conversa dos adultos era um blá blá blá wiskas sachê blá blá blá sem fim. A maior parte, se não a quase totalidade, simplesmente era esquecida cinco minutos depois (geralmente na fase seguinte do jogo da ocasião). As coisas começaram a mudar na casa dos 20, mas só tomaram corpo mesmo de uns anos para cá. Tenho dois irmãos menores e faz pouco tempo que eu percebi que estava dando conselhos, dicas e visões bizarramente parecidas com as que eu ouvia. Especialmente as opiniões do meu pai, mais próximo de mim em termos de idade, e que felizmente de uns anos para cá vem tendo um diálogo muito mais aberto e de troca comigo do que o famoso papo reto eu falo - você escuta. Eu não sei expressar o quão pasmo eu fiquei na primeira vez em que eu me peguei falando coisas que eu tinha ouvido um mês ou um ano antes. Mais ainda, a minha surpresa em constatar que não era nem da boca pra fora nem reprodução moralista: eu realmente acreditava no que eu estava dizendo, tinha mudado com a maturidade para incluir aqueles valores na minha vida e os tinha agora como tão preciosos que queria passar para os que amo.

Em outras palavras... o que percebo ao chegar aos 25 é o quanto eu evoluí como pessoa. Poderia falar de muito mais, dos meus progressos profissionais, comunicativos (sempre foi uma enorme dificuldade quando a questão é fora da tela ou do papel) e afins, mas eu queria aqui falar é do quão legal foi perceber que, em grande parte, nós crescemos e absorvemos valores que nos são passados e passam a fazer parte de nós sem que nem percebamos. Enquanto vamos envelhecendo, as prioridades mudam, os focos mudam, as responsabilidades aumentam, e com elas a mentalidade, os desejos, a visão de mundo e os valores se expandem, para abrigar um universo que antes era simples, preto no branco. O mundo real é complexo, uma escala completa de 256 cores em todos os seus tons possíveis, e frequentemente as coisas parecem ser o que não são e não são o que parecem ser. Esse é o mundo que vivemos - mesmo que tudo isto seja um grande Matrix - aprendemos e evoluímos. Se tanto mudou especialmente na transição dos 20 aos 25, imagine o salto que será de um quarto à metade de século de idade... apertem seus cintos!

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